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Em qualquer atividade humana, o essencial é se manter organizado.

Em geral, tradutores não possuem perfil técnico e são leigos em computação; entretanto, isso não deve servir como desculpa para a falta de organização do ambiente de trabalho. Uma das falhas mais comuns é usar a pasta padrão do Windows, “Documentos” para armazenar os documentos de tradução; com o tempo essa pasta acaba virando um ‘buraco negro’, em que achar algum documento é uma tarefa complicada.

De meus tempos de profissional de mainframe, uso uma metodologia organizacional que me obriga a ser disciplinado e manter um controle estrito do que faço em meu computador.

A primeira tarefa a ser feita em um computador, é separar o software dos dados; desde meus primeiros computadores, tenho por habito, dividir o disco rígido em duas partições, identificadas como unidade C, ou drive C, em que carrego o software em geral, do sistema operacional às ferramentas CAT e outros softwares usados no trabalho; a outra unidade é o drive D, em que gravo somente os dados de todos os trabalhos que faço. Entretanto, em sistemas operacionais anteriores ao Windows 7, em que a divisão em duas partições somente é possível com uma nova formatação do disco rígido, pode-se seguir a sistemática de pastas, descrita mais à frente, diretamente na unidade C.

Somente separar os dados em outra unidade não acaba com o ‘buraco negro’; é fundamental ter o controle das pastas e arquivos usados na tradução. Para isso, eu crio uma estrutura de pastas conforme descrito abaixo:

1º nível – Pasta Traduções

2º nível – Pasta do ano

3º nível – Pasta do cliente

4º nível – Pasta do job

5º nível – Pastas de trabalho

A estrutura espacial se aprece com esta:

Unidade C/D

→ Traduções

……→ 2012

……….→ Cliente 1

……………→ Job 1 do cliente 1

…………………→ Downloads

…………………→ Trabalho

…………………→ Traduzido

A pasta ‘Traduções’ é criada quando da troca de computador e/ou disco rígido; nela eu armazeno tudo o que se refere às traduções propriamente ditas.

A pasta de ano, acima como _2012, é criada uma vez a cada início de ano; nela são armazenadas todas as traduções desse ano em particular.

As pastas de clientes são criadas uma vez a cada início de ano ou sempre que surgir um cliente novo.

As pastas de jobs são criadas uma para cada job de cada cliente. Normalmente, atribuo um nome para essas pastas derivado da sigla com a data de recebimento do trabalho no formato SS_mm_dd; colocar o mês antes do dia ajuda a manter a estrutura de pastas em ordem alfabética. Por exemplo, para um trabalho de uma hipotética agência de tradução São Jerônimo, recebido em 8 de dezembro de 2012, eu uso SJ_12_08.

Eu salvo tudo o que recebo do cliente na pasta “Dowloads” e não altero nenhum arquivo salvo nessa pasta; nessa pasta eu mantenho os arquivos no original e sempre tenho a possibilidade de ter uma cópia não alterada.

Eu trabalho somente na pasta “Trabalho”; é onde salvo os arquivos em que estou trabalhando. No caso de usar ferramentas CAT, é onde ficam os arquivos “sujos”, isto é, bilíngues; é também nesses arquivos que faço as revisões.

Uma vez encerrado o processo de tradução, salvo os arquivos bilíngues na pasta “Traduzido”, que é de onde envio para o cliente.

No próximo artigo falarei sobre os benefícios desta estrutura.